quinta-feira, 8 de maio de 2008

Meu perfil!

Devido à insistência geral (não, não estou inventando isso), eu estou aqui postando o perfil que eu escrevi sobre a nossa coleguinha Kamila com K.

Maquiagem, trancinhas, sorrisos e profunda tristeza

Segundo o escritor francês Marcel Proust, os melhores momentos da vida são aqueles em que sofremos mais – os que nos fazem pensar que atingimos o fundo do poço. São nessas ocasiões que aprendemos como realmente somos em nosso âmago e adquirimos auto-conhecimento. Pode-se dizer, então, que os melhores momentos da vida de uma jovem chamada Kamila foram vividos nos sete meses em que trabalhou na loja de moda infantil Lilica & Tigor.

Como tantos outros, um jovem imigrante português veio ao Rio de Janeiro tentar a sorte. Somente com a roupa do corpo e poucos trocados no bolso, ele buscava sobreviver na cidade que mexia com seu imaginário no tempo em que morava em Coimbra. O sonho se realizou e seu filho, carioca, foi criado com fartura – o pai estrangeiro tinha, afinal, conseguido se firmar na cidade maravilhosa. O filho, porém, também passaria por situações financeiras complicadas. Sua empresa de Engenharia Civil faliu, o deixando – junto à mulher e as duas filhas – sem dinheiro. O orgulho aflorado não permitiu que pedisse ajuda ao pai e, como conseqüência, sua filha de 20 anos, Kamila Pitombeira, se viu obrigada a procurar um emprego. Com a urgência de ajudar a família, aceitou a primeira oportunidade que lhe apareceu: o cargo de vendedora na loja Lilica & Tigor. O estabelecimento, de essência aparentemente inocente – afinal, é uma loja infantil –, se revelou um inferno, pois foi lá que Kamila conheceu o crivo da humilhação e, no fim das contas, abriu um processo por danos morais e materiais contra a loja.

Lilica & Tigor faz parte de uma franquia da gigante Marisol, que também é dona da marca Lilica Ripilica. A importância da marca é evidenciada em sua exclusividade no ramo de roupas infantis do Fashion Rio, um dos principais eventos de moda do país. Quando começou a trabalhar em uma das franquias, no Barra Shopping, Kamila havia acabado de sair de um humilde emprego como recepcionista de um curso de inglês e esperava ganhar um salário maior para ajudar a sustentar a família. Logo ao chegar, chamou-lhe a atenção a forma como a gerente Luciara, de 22 anos, tratava as outras vendedoras. Chamava-as de “burras”, “idiotas”, e se referia a uma das trabalhadoras – que é nordestina – como “cabeçuda” e até “paraíba”. O maltrato não impedia a loja de exibir uma fachada perfeita: todas as vendedoras usavam maquiagens coloridas e cheias de vida, penteados infantis e sorrisos de orelha a orelha. Nos bastidores da loja cor-de-rosa, Luciara pagava menos do que o estipulado e humilhava Kamila diretamente, a chamando por termos pejorativos como “patricinha” e “filhinha-de-papai”. A gerente ignorava a delicada situação financeira da vendedora. A dona da loja, Priscila Pina, observava a forma como suas empregadas eram tratadas, mas seu marido incentivava a humilhação, tendo, certa vez, as chamado de “bando” – como se as jovens fossem nada menos que animais.

Kamila passou por um momento de extrema tristeza, pois, por detrás do balcão da loja, via seus amigos e antigos colegas realizando seus sonhos e ambições em diversas faculdades. Após 6 meses, o alívio finalmente chegou. Seu pai havia conseguido se firmar financeiramente, resolvendo os problemas com sua empresa. A menina resolveu largar o emprego na loja, deixando um aviso prévio de um mês, de acordo com seu contrato. Esse mês marcaria Kamila porque, ao receber o aviso, a gerente a rebaixou para posição de faxineira. “Você não vai vender, vai fazer o que eu quiser”, dizia.

No último mês de trabalho, a vendedora foi o alvo explícito de Luciara. Era obrigada a limpar e re-limpar a seu serviço. Por diversas vezes ficou após o fim de seu expediente. “Não tenho nada de bom para falar”, resume Kamila sobre seu período na loja. Ela, que falou para a entrevista de modo despojado, certamente mudou sua personalidade devido à má experiência. Kamila não é a mesma garota submissa que sofreu cegamente nas mãos de uma gerente com abuso de poder, mas certamente sofreria tudo de novo pela sua família.

Agora com 22 anos, Kamila solta um sorriso ao falar do namorado, que está um período acima dela, no mesmo curso. Após uma batalha de dois anos para conseguir isenção da mensalidade, sob o invólucro da pressão da família para seguir carreira médica, ela é aluna de jornalismo na PUC-Rio. O processo contra a Lilica & Tigor ainda está na justiça – Kamila pede 10 mil reais por danos morais e 5 mil reais por danos materiais. Ela tem o apoio de uma antiga colega de trabalho que fora demitida em função de sua gravidez e que, como Kamila, acredita na vitória judicial. A antiga gerente, Luciara, foi demitida após ter sido descoberto que ela roubava dinheiro e peças da loja – contabilizando mais de mil, entre roupas, acessórios e sapatos.


Incentivo a todos postarem seus perfis, assim eu não pago mico sozinha.

E um aviso, todos da turma receberam o e-mail convidando para postar na comunidade! Sim, agora todos podem postar! Isso sim que é democracia.

8 comentários:

Samuel Fernandes disse...

Acho uma boa a gente postar os perfis que fizemos sobre nossos amiguinhos, mas claro, se eles permitirem, né?

Raquel Santos disse...

Bárbara, sua sensacionalista! IAUHAUI

sacanagem, mt bom o texto =D
Po, acho legal só postar os textos que tem algo bizarro.. tipo esse do processo. É uma boa história =P

Unknown disse...

Acho que 32 perfis vai ficar meio cheio ne?!

e po está tendo 3 postagens por dia...mas a maioria que decide!

Pedro. disse...

Renan, fica quieto!
(Tô brincando, miguxinho)

Caralho! Se eu morasse na Barra, ia amanhã lá no Barra Shopping só pra explodir a porra da loja! Mermão, que raiva!

O Ryff, um dia, ainda vai mostrar fotos de tortura com essa gerente e os donos da loja! E eu vou rir muito!

(Mudando de assunto...) O fluxo tá intenso aqui no blog. Isso é muito bom! Fico feliz em saber que todos compraram a idéia!

Marcela Vilela disse...

Nem gostei do perfil ... Achei um lixo . Vc precisa ficar mais atenta nas aulas do Ryff...ta muito ruim .Cade o furo?
rs. Adorei Bárbara. Só não coloco o do Pedro pq tem mtas revelações bombásticas. Eu sei , eu sei ... todo mundo sabe q ele é gay... Mas não é essa revelação nao.

Pedro. disse...

Eu não coloco o da Marcela porque não tem nada demais. Uma menina fútil de Ipanema, que não faz porra nenhuma da vida. Só fica em casa o dia inteiro, vai pra faculdade fazer figuração e no fim de semana, vai pra Baronetti gastar o dinheiro do pai. FÚTIL!

Marcela Vilela disse...

HAHAHHAAHAAHHAHAH ... caralhooo ... 1 , eu nao sou fútil.
2, eu não faço figuração na faculdade ( só quando as sementinhas do mal me influenciam )
3, Qual o preconceito com a baronneti o porra?
Ps: eu não pago pra entrar na baronneti! hahhahahahaha

Pedro. disse...

Preconceito, na verdade, nenhum.
Mas se The Foderous falou que é ruim, quem sou eu pra argumentar?

=)

Não paga, é?
Tsc, tsc, tsc... E ainda faz parte de uma rede de corrupção.

Essa juventude transviada...